terça-feira, 15 de junho de 2010

Coisas de mãe e professora





Fico pensando que a formação me tem proporcionado muitas oportunidades, mas muitas vezes tenho que optar e abrir mão de momentos com a família que me causam muita tristeza e aflição. Por outro lado isso logo passará e tenho aproveitado minhas aprendizagens na observação e educação do meu filhote.
Brincando com ele de desenhar na lousa que o presenteei fiz uma pequena provocação (isso pega em professora Íris! rsrsrsr) com a intenção de analisar suas tentativas de escrita. Depois de tanto desenhar e apagar, ele escreveu seu nome e idade (Victor 5), fiz um coração e escrevi: “filho te amo!” Lendo para ele e apontando com o dedo.
Ficou me olhando e disse que eu tinha que escrever o meu nome, então pedi que ele escrevesse pra mim do jeito que sabia e depois fizesse a leitura:
O T E J = Ja-que-li-ne
Como sempre o incentivo dizendo: que lindo, muito legal, parabéns ficou show... Pediu novamente que escrevesse “parabéns” e novamente pedi para que ele escrevesse:
T I R C = pa-ra-be-ens
Daí já se empolgou e quis escrever a frase :“que cabelinho cheirosinho” (porque ele recém tinha saído do banho e eu havia dito isso). Só que na sua escrita ficou faltando a última sílaba “nho”, pedi que lesse mais devagar e apontando, fez uma cara mais linda do que já é e disse :
_Ah, peraí um pouquinho!
Como não tinha espaço ao lado das outras letras colocou abaixo a letra “F” representando a sílaba “nho”.
O I 5 T P C I E F = que-ca-be-li-nho-chei-ro-si-nho
Busquei lá no início do PEAD minhas aprendizagens, analisei, dei uma lida em textos, conversei com as colegas na escola para entender em que fase de aprendizado se encontra.
Ele já percebeu que usamos as letras para escrita mas utilizou também o número cinco de sua idade, sabe também que as letras (ou símbolos ortográficos ) possuem som e está empregando para cada sílaba das palavras uma letra que conhece de seu nome, do meu (J) e do pai (P).
Como sempre trabalhei com terceira e quarta série (que me identifico mais) tenho certa dificuldade em entender a alfabetização, por isso se coloco aqui algum devaneio sintam-se à vontade os leitores para corrigir-me.
O importante é a observação, construção e reflexão em cima do que temos e aprendemos buscando as certezas e novas aprendizagens. Como trabalho com todas as séries (anos) inclusive na parte de alfabetização estou tentando de várias formas me apropriar do que ainda tenho dificuldade e assim tentar ajudar melhor os alunos nas atividades.
Fiquei emocionada com os ensaios de escrita do meu lindinho,isso é coisa de mãe coruja ou mãe professora?

2 comentários:

Iris disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Iris disse...

Jaque, querida

Isso é coisa de mãe coruja, com formação de professora. Muito bom saber que estás usando a estratégia dos desafios. :)
Que bom que isso pega!
Observa, na produção do teu filho, que ele também já se deu conta de que as letras, escritas lado a lado nas palavras, geralmente, variam ou se alternam e ele tenta reproduzir isso em seus escritos.
Abra@os