terça-feira, 15 de junho de 2010

Quem educa os filhos?

"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo. Todos educam-se entre si, mediatizados pelo mundo".(Paulo Freire )
Em um desses momentos onde a depressão e o desânimo batem à nossa porta refletia sobre o trabalho realizado no estágio que fala da identidade e família, analisando um desenho feito pelo meu filho Victor de cinco anos e sua fala.
Havia desenhado ele e o pai na praça onde vão sozinhos enquanto geralmente estou trabalhando ou estudando, vejamos o diálogo:
_Este sou eu e o papai na pracinha.
_Onde está a mamãe ?
_Tá trabalhando ué !
Choquei ! Fiz mais umas perguntas e deprimi mais ainda sentindo na sua fala minha ausência e falta de tempo/vontade de brincar com ele devido a tantos afazeres.
Tenho consciência do que se passa e tento recompensar com muitos beijos e abraços entre uma atividade e outra na certeza de que não falta muito para podermos ficar mais tempo juntos, embora não se possa recuperar o que já passou.
A educação dele é um dos pontos em que nós conversamos muito, com as aprendizagens fiquei mais atenta às propostas pedagógicas e às instituições educacionais, chegamos a pensar que exageramos no modo de educar vendo tantas diferenças ao redor.
Estamos o criando para o mundo e a frase de Piaget ilustra este pensamento:
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”
Penso nos alunos e nas diferenças de modos de educar, concordo com a frase de Paulo Freire, mas ainda acredito que a base da educação está na família, na história desta nas informações básicas transmitidas que forma a identidade de cada um.
Errados ou não pelo menos estamos atentos às responsabilidades do ser que estamos formando e a muitos de nossos alunos falta o básico e a base de tudo: o amor, afetividade, compromisso ... Pelo menos aquele beijinho e abraço entre uma coisa e outra com os olhos bem abertos ao que ocorre ao redor.
Tornamos-nos professores e temos que desempenhar mais algumas funções além desta dentro da escola, passamos as madrugadas e feriados estudando em prol do nosso crescimento profissional e da educação dos filhos dos outros muitas vezes deixando de acompanhar os nossos. Entramos em conflito e perguntamos:
_Valeu a pena?
Quando o sistema funciona e as propostas começam a dar indícios de mudança, quando vejo a cooperação e interação fazer parte da resolução das atividades propostas, emocionadamente respondo:
_Valeu a pena!

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