segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Considerações finais

Está chegando a hora do “Gran Finale”, estou envolvida neste momento no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), obrigatório para a conquista da graduação em Pedagogia, modalidade à distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PEAD/UFRGS). Agora é hora de colocar no papel sobre as teorias e teóricos que direcionaram o trabalho, os nervos estão aflorados e as lágrimas correm, coragem é a palavra de ordem.

Muitos foram os desafios, encontrei contratempos, pensei em desistir e em insistir, ora queria parar e em outra continuar, mas aqui estou... Sobrevivente!

Analisando o trabalho que teve início em 2007, fico grata em perceber o quanto cresci construí e reconstruí muitas aprendizagens, e se hoje me encontro neste patamar é porque me apoiei em ombros gigantes.

Este espaço evidencia um trabalho que para muitos e até por mim mesma era desacreditado, pois o que esperar de uma formação à distância, moleza? Que nada!

Foi um trabalho árduo e dedicado que traz provas de meu crescimento tecnológico e pedagógico, atuando no ambiente informatizado da escola e procurando articular professores e alunos em prol da inclusão digital. Bom lugar para quem não tinha computador nem e-mail, não conhecia as ferramentas da tecnologia, deletou muitos trabalhos por não salvar e muito menos sabia copiar e colar gravuras ou navegar na Internet.

Blog, rooda, wiki... Que é isso? Via as colegas pelos corredores a falarem nestes ambientes estranhos e hoje me vejo a incentivar o uso dos mesmos e outros pelos professores e alunos. As postagens iniciais eram simples, muitas nada a ver com o que esperavam os professores, hoje são carregadas de argumentos e evidências.

As apresentações dos portifólios nos finais de semestre de início foram mais acanhadas, mas a criatividade aflorou mostrando que a superação era uma meta e sem preconceito exerci minha negritude, como ficou registrado na postagem do blog em http://jaqueaferreira.blogspot.com/2009/08/olaprofessorestores-e-colegas-para-quem.html

A falta de tempo foi minha maior dificuldade, pois com tantos afazeres estudava na madrugada enquanto todos dormiam, dificultando as trocas on-line , os trabalhos em grupo e até mesmo a ajuda dos professores e tutores.

O Reitor em seu discurso de boas vindas aos calouros disse: “sintam-se acadêmicos desta faculdade tanto quanto os demais em modalidade presencial”. E assim nunca me senti só, mas há pessoas e trabalho por trás dessas palavras que garantiram o sucesso deste curso pioneiro.

Por este motivo deixei propositalmente para escrever sobre o Seminário Integrador nesta última postagem. A dupla Beatriz e Íris que nos acompanha desde o início e responsáveis pela costura entre as interdisciplinas foram incansáveis e imbatíveis,tanto é que estão sendo lembradas e homenageadas em nossa colação de grau.

Conhecidas em nosso meio acadêmico como as “BIRIS” e tendo a ajuda dos professores e tutores conseguiram manter o grupo virtual mais presencial que conheço.

Dedicação na resolução de problemas tecnológicos, compreensão nas intempéries da vida, na dificuldade de realizar os trabalhos, problemas pessoais, profissionais e de personalidade marcaram a presença destas duas na minha vida acadêmica e acredito que na de muitos outros.

Mas não pensem que tudo foram flores... Elas nos provocaram, cutucaram, ora eram nossas heroínas e em outras as vilãs e de tanto chorarmos criaram o “muro das lamentações” onde colocávamos nossas aflições.

Com esta longa caminhada lado a lado nos conhecem como ninguém: o modo de escrita, o temperamento, quem fica mais nervosa com o que, o que faz e o que não consegue fazer sem ajuda.

Vi durante este percurso os ensinamentos de Paulo Freire percorrerem nossas aprendizagens, com exemplos de amorosidade e coragem pra continuarmos com as mudanças que são difíceis mas possíveis, através da competência dos professores e tutores que estiveram conosco. Agradeço pelo processo de reflexão que tive diante da minha prática que foram mediados pelo constante incentivo de todos.

"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão." (Paulo Freire).

“Não somos o que deveríamos ser; não somos o que queríamos ser; mas graças a Deus, não somos o que éramos.” (Martin Luther King).

Agora é tudo ou nada!

O tempo passou e agora olho para trás relembrando o início de toda esta caminhada.

Chegou o momento de colocar em prática todas as aprendizagens construídas e reconstruídas através do estágio obrigatório para a conclusão do curso. Este momento parecia tão distante quando aqui cheguei e agora se torna um grande desafio, maior do que poderia imaginar.

Não esquecerei a frase da Professora Bea na primeira presencial do Eixo VIII: “estás consciente de que teu estágio será mais difícil do que os outros?” Isso porque desenvolvi meu estágio dentro do ambiente informatizado (AI), que é um ambiente novo dentro da escola, completando este mês apenas um ano.

As expectativas para este trabalho foram muitas para todos, principalmente para mim que estava afastada da docência por motivos de saúde, e cheguei caindo de pára-quedas dentro de um local que traz a esperança de uma educação inovadora.

Ao iniciar meu estágio pensava que os alunos já estivessem construído seus conhecimentos sobre o uso do computador, da Internet, ferramentas do Word e as TICs (tecnologias da informação e comunicação) tendo em vista o movimento que cresce em prol da inclusão digital e suas falas em orkut e MSN. Também imaginava que os professores estariam preparados para utilizarem este espaço de forma pedagógica para o enriquecimento de seus planejamentos.

Pensei,pensei,pensei... Só pensei!

Tive muitas dificuldades para conseguir adaptar meu planejamento em torno da realidade em que me encontro, procurei caminhos e caminhei muitas vezes solitariamente pelos mesmos em busca de explicações e soluções para desenvolver as atividades. A companhia das professoras e tutoras, em especial Íris e Rosane, foi meu porto seguro que em meio a tantas provocações fizeram com que encontrasse o rumo.

Pensando em tudo que foi feito durante este período de estágio, posso concluir que utilizei um pouco de tudo que aprendi em todas as interdisciplinas tais como: o uso das tecnologias, incentivo à comunicação (com a aluna deficiente auditiva da escola), inclusão (aluna com problemas motores), planejamento (individual e paralelo), o letramento (com os alunos do segundo ano que tenho bastante dificuldade), as questões étnico raciais que deram o tema “Identidade” ao meu trabalho e também a ludicidade e a importância do brincar.

Tudo e todos foram importantes para esta etapa, pois os conhecimentos adquiridos foram elementos fundamentais para minhas reflexões e transformação.

Chegando ao Eixo VII

Comunicação foi tudo para este eixo, o incentivo para entender que há muitas formas de se comunicar e interpretar as mensagens marcaram esta caminhada.

Como mãe,esta interdisciplina veio na hora certa pois meu filho estava em uma creche e me deixava muito preocupada com suas narrativas. Aprendi que tanto em casa como em outros locais as crianças misturam realidade e ludicidade,mas há de se prestar bem a atenção para o que é narrado que no fundo podemos captar fatos que podem estar influenciando positiva ou negativamente em seu desenvolvimento.

Por não entender bem a fase de desenvolvimento em que se encontrava o Victor,pensávamos que ele estava criando pequenas “mentiras” e preocupados com a moral e os bons costumes até o recriminávamos pelos fatos. Felizmente através das leituras e propostas nas atividades pude ficar mais tranqüila e acompanhar com mais entusiasmo suas histórias,que como escrevi na postagem do meu blog em: http://jaqueaferreira.blogspot.com/2009/10/era-uma-vez.html ,foram muito incentivadas desde cedo.

O interessante deste semestre também foi entender através da história da educação de jovens e adultos , que a narrativa dos mesmos na fase de alfabetização também traz fatos de seu cotidiano. Além disso também pude entender melhor as políticas públicas e o movimento em prol da história do projeto SEJA (serviço de educação de jovens e adultos ) que foi implantado na nossa escola há muito tempo, fortalecendo a apresentação dos pôsteres na presencial com a interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos no Brasil,onde fizemos encerrando os trabalhos da mesma, que consta em http://jaqueaferreira.blogspot.com/2009/12/educacao-de-jovens-e-adultos.html

Neste semestre também tivemos a interdisciplina de didática , planejamento, avaliação e projetos que me colocou em situações de conflito e reflexões sobre a inclusão.

Também pude constatar que meu forte não é a alfabetização e talvez por este motivo tenha garantido, durante minha vida docente , mais experiência com terceira e quarta série.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A moral e os bons costumes.

O EIXO VI me trouxe grande suspense e surpresa quanto às interdisciplinas de Educação de Pessoas com Necessidades Especiais (EPNE) e Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História.

Sem ser preconceituosa, mas pensando em quem possa ser, tinha as seguintes indagações:

· O que vamos aprender nestas interdisciplinas?

· Será racismo falar em racismo e na história dos negros?

· O que uma professora deficiente auditiva vai ensinar? Como?

· Será que estas presenciais vão ser polêmicas e chatas?

Imaginei uma aula presencial onde os alunos ficariam completamente calados, não entenderíamos e nem conseguiríamos nos comunicar com a professora de EPNE.

Foi uma surpresa incrível, uma das aulas presenciais mais animadas que tivemos.

Com a ajuda de uma intérprete no primeiro momento interagimos alegremente e a certa altura nos demos por conta que a professora era muito “tagarela”, exclamamos: “Como ela fala!” Foi uma risada em coro após a tradução da intérprete.

Em um segundo momento já estávamos nos acostumando com a interação, tentamos uma comunicação sem a intérprete e também aprendemos algumas expressões em LIBRAS.

O que aprendi com as atividades nesta interdisciplina foi perder o medo de me comunicar com os portadores de necessidades especiais, principalmente os deficientes auditivos, que por vezes já tive contato, mas fiquei retraída. O importante é tentar a comunicação seja ela gestual, em LIBRAS, corporal, apontando... Olho no olho.

E a professora Marilene Paré? Que encanto de criatura!

Presumi que seria uma aula onde certamente teríamos debate, confrontos e conflitos diante do tema polêmico que visa o resgate de cultura e etnia.

Com seu “AXÉ” cativou a todos em uma presencial mística e cheia de energia positiva.

As atividades iniciais fizeram com que nos percebêssemos multicoloridos, resgatando nossa identidade e ancestralidade, como escrevi na postagem:

http://jaqueaferreira.blogspot.com/2009/04/reflexos-da-alma.html e

originando desta minha temática para o portifólio de final do semestre que encontra-se em http://www.youtube.com/watch?v=jHJZwSaFj5Y dando suporte para minha arquitetura pedagógica no estágio .

O enfoque na psicologia tratou de como ocorre a aprendizagem, os estádios do desenvolvimento e o método clínico piagetiano. Mais uma vez pude experimentar os conhecimentos adquiridos na observação do comportamento e atitudes dos alunos e também em casa com meu filho.

Diante da falta de tempo para aprofundar os conhecimentos sob o enfoque da construção do conhecimento, da ação e interação, a professora Luciane formou um grupo de estudos onde eu e mais alguns colegas todas as quartas-feiras tínhamos um encontro na UFRGS para debatermos e estudarmos sobre Piaget.

A interdisciplina de filosofia fez a costura entre as demais deste eixo fazendo-nos refletir sobre a moralidade, argumentos, premissas e evidências.

Diante das atividades e leituras tivemos a oportunidade de repensar sobre nossas atitudes, corretas ou não do ponto de vista da moralidade na qual fomos criados e educados,a direção e reflexão do homem pelo homem ante suas ações pessoais e profissionais.

E como diria a Professora Marilene... AXÉ!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Psicologicamente abalada!

Choquei! Acabo de fazer a inscrição de meu filho no primeiro ano do ensino fundamental.

Bah! Como o tempo passou depressa!

A formação no PEAD me deu subsídios para refletir sobre a escola que ele freqüentará, a proposta pedagógica da mesma e até mesmo para acompanhar seu desenvolvimento e construção do conhecimento.

Vejo-me a observar a estrutura da escola, o trabalho dos colegas, as dinâmicas e estratégias. Escolhi colocá-lo na mesma escola em que trabalho primeiro pela comodidade de ir e vir comigo, mas o que teve um peso maior foi saber que a nossa escola embora sendo uma instituição pública esteja estruturada e progrediu bastante em termos pedagógicos e tecnológicos.

Temos profissionais capacitados e estrutura condizente com o crescimento de um novo modelo de educação, nesta etapa estamos reformulando o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e posso refletir através das atividades e leituras feitas no EIXO V, os caminhos e encaminhamentos que fazem parte desta construção.

Pensar em organização e gestão me faz pensar também na convivência e psicologia da vida adulta, as aprendizagens não contemplam apenas o Serviço de Educação de Jovens e Adultos (SEJA) que temos na escola, mas também questiona a transformação dos adultos, os relacionamentos afetivos,trabalho e educação diante do um novo modelo educacional que almejamos.

Comemorando.

No final do mês que passou completei mais um ano de matrimônio (agora são oito) e desde que nosso filho nasceu ele faz parte dos passeios e comemorações.

Este ano resolvemos mudar e deixamos o rebento com a vovó,passeamos bastante e a certa altura do dia já batia uma saudade e um vazio inexplicável do garoto.

Foi um dia especial e agradável,diferente da correria dos demais não só pela comemoração mas também por estarmos em uma nova fase de vida.

Entre outras coisas tivemos um dia inteiro para refletir em torno da convivência com a família, planos para o futuro, fizemos “DR” (discutir a relação rsrsrsr), analisamos nossa relação com os amigos, fomos ao teatro, falamos do filhote e repensamos ações do cotidiano.

Observei que esta postura e muito do que conversamos tem conexão com o que aprendi na interdisciplina de psicologia: convivência, as diferentes fases da vida, o desenvolvimento infantil e até mesmo explicar o vazio que estávamos sentindo. Será que já iniciamos um processo precoce de síndrome do ninho vazio?

Muitos casais, segundo o que li sobre o assunto, dedicam-se e ficam tão acostumados com a presença dos filhos que a certa altura da vida tem que se readaptar às rotinas diante da ausência dos mesmos.

Sobre este assunto fizemos um trabalho em grupo, na interdisciplina de psicologia com o nome de "Síndrome do ninho vazio e Geração canguru", apresentado no 4ºSalão de Graduação e 5º Salão de Educação à Distância na UFRGS e encontra-se no link:

http://projetostematicos.pbworks.com/Gera%C3%A7%C3%A3o+Canguru+e+S%C3%ADndrome+do+Ninho+Vazio

O evento foi grandioso e como relatora me senti muito valorizada, na postagem

http://jaqueaferreira.blogspot.com/2009/05/blog-post_8816.html coloco um pouco do que aconteceu nesta estréia:

“Deu aquele "friozinho na barriga" devido a grande responsabilidade de representar o grupo, os demais colegas ausentes, nosso pólo (Alvorada) e todo o trabalho que os professores e tutores vêm desenvolvendo.

Estou muito feliz com a participação e incentivo dos colegas, tutores e professores manifestados por e-mails e também pessoalmente, depois da apresentação tudo virou festa”.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sonhar faz bem !

O ensino tradicional do qual saíram a maioria de nós educadores do PEAD,fez com que trouxéssemos para a sala de aula heranças de uma proposta baseada na transmissão e recepção do conhecimento, que muitas vezes resultou em formadores passivos e nem tão críticos, incapacitando um movimento de transformação no meio em que se vive.

Felizmente diante desta formação (Pedagogia à distância PEAD/UFRGS), inicia-se um novo ciclo diante dos futuros cidadãos que queremos formar com a característica de homens de visão para converter idéias em ações,proporcionando mudanças sociais e ecológicas no ambiente em que está inserido.

Iniciamos os trabalhos do EIXO IV fazendo um resgate do fazer-se professor, uma reflexão sobre nossas idéias, representações e sentimentos que refletiram em um novo olhar diante da prática. Tivemos durante todo este processo professores preparados para nos desafiar e desequilibrar diante das situações e conhecimentos prévios.

Na interdisciplina de matemática pudemos perceber quanto os números estão presentes no nosso dia a dia. Classificamos,comparamos,seriamos e construímos de forma a compreender como se dá este conhecimento e o caminho percorrido pelos educandos até a apropriação dos mesmos.

Reavaliamos nossa relação com a natureza e tentamos encontrar um equilíbrio. As atividades direcionaram para um melhor planejamento onde o aluno possa compreender a importância de cuidar do meio ambiente e praticar ações cabíveis de preservação do mesmo.

E pensar que tudo isso começou com um sonho... O desejo de acompanhar melhor a nova geração globalizada e informatizada que forma hoje nossos alunos.

Na angústia de estar pedagogicamente ultrapassada procurei esta formação sem perceber que sonhar é o primeiro ingrediente do planejamento pedagógico.

Hoje posso dizer que embora ainda me falte muito para chegar à perfeição sou uma educadora que tem um novo olhar sobre o trabalho docente,bem diferente da metodologia tradicional na qual fui educada.

E como diz Madalena Freire:

“Todo fazer pedagógico nasce de um sonho. Sonho que emerge de uma necessidade, de uma falta que nos impulsiona na busca de um fazer. Sonhamos porque vivemos alimentados por nossas faltas”.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Uma professora quase perfeita.


André Guedes e Jaqueline

Ainda refletindo sobre as aprendizagens acredito que é preciso trabalhar mais com a dramatização (teatro) em sala de aula e levar as crianças a novas opções de passeios para além do “zoológico e cinema” de cada ano nas comemorações da semana da criança.

Através das interdisciplinas me apropriei de novos conhecimentos e renasceu em mim o gosto pelas artes e teatro, assistir a peças teatrais e dramatizar faz transbordar a imaginação, é o limite entre o real e imaginário.

Este ano nossa escola foi no Teatro Zé Rodrigues antes dos “outros” passeios, fomos assistir a peça “Brincando com o Livro Mágico” e as crianças adoraram. A peça fala da leitura, do conhecimento, do computador e da importância de cada um na nossa vida.

Desde que me tornei educadora, já se vão longos 24 anos, fui ao teatro com os alunos apenas uma vez enquanto que outros passeios parecem fazer parte do currículo. O que recordo fora este único contato são as apresentações de teatro de bonecos feitas pelo colega, amigo e maravilhoso artista André Guedes no pátio da escola e na Feira do Livro do nosso Município, que (não querendo desmerecer os demais artistas e apresentações dos alunos) já não tem o mesmo brilho sem a sua presença.

E por falar em André Guedes, que agora tem alçado vôo para encantar as cidades turísticas da serra gaúcha, fui ao Teatro Bruno Kiefer na Casa de Cultura Mario Quintana para assisti-lo na peça ”Uma professora quase perfeita”. Adorei!

Pela primeira vez assisti a uma peça para adultos, mas com o talento de sempre do artista. Ele cativa e interage com o público, já me fez pagar mico cantando para os alunos e desta vez não foi diferente, havia me esquecido deste detalhe e empolgadíssima sentei na primeira fila... Paguei mico novamente entrando no enredo da história!

Tudo aconteceu naturalmente e em certo momento me confundia entre o André e a “professora”, criador e criatura que sempre me encanta. Além de sua entrada inesperada (estava pensando que entraria direto no palco e entrou pela lateral do público) é preciso desacostumar os sentidos viciados pelas mídias e interagir com o artista, pois neste tipo de apresentação não há “replay” nem “pause”.

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. (Charles Chaplin)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Visitando a Bienal

Esta formação tem me dado subsídios para refletir sobre a minha prática docente e também para acompanhar o desenvolvimento de meu filho Victor que hoje está com cinco anos.Muitas foram as vezes em que pude compreender suas atitudes diante das fases de seu desenvolvimento utilizando para isso as interdiscuplinas que fazem parte do curso como a psicologia, alfabetização, infâncias de zero a dez anos, literatura,etc. Evidenciando este fato fiz uma postagem em: http://jaqueaferreira.blogspot.com/2009/10/era-uma-vez.html Na área das artes foi muito prazeroso observar suas garatujas e acompanhar seu crescimento artístico. Fato é que entendendo a importância de interagir no meio artístico ,levei-o para passear no MARGS e ter acesso a obras de artistas renomados como Renoir,Cézane, Monet. Artistas brasileiros como Portinari,Almeida Junior,Iberê Camargo, Lasar Segall e Guignard que viveram na frança e foram influenciados pelo realismo em seus trabalhos. É evidente que o Victor ainda não entende da teoria que envolve a história da arte, mas as suas interpretações sobre as mesmas causaram risos e encantamento aos visitantes que estavam a sua volta, bem como elogios aos pais por estarem proporcionando desde cedo seu contato com as belas artes. Em http://jaqueaferreira.blogspot.com/2009/08/passeio-de-ferias.html escrevi sobre as interpretações do Victor que diante de seu olhar via nas afamadas obras desde chapéu de bruxa até barata. Os visitantes que estavam bem perto e escutavam sua fala (me pareciam pessoas bem mais entendidas que eu nesta área) faziam comentários positivos a respeito deste primeiro conhecimento que ele estava construindo.

Fazendo Arte

As interdisciplinas de teatro, música e artes mostraram novos conceitos diante dos conhecimentos, entre eles o trabalho lúdico em sala de aula e um novo olhar diante das propostas que envolvem as mesmas.Em http://jaqueaferreira.blogspot.com/2007/11/um-novo-olhar.html , escrevi:

"Lendo e realizando as tarefas desta interdisciplina confesso que me achei um dinossauro das artes,fiquei realmente chocada com minha visão e os trabalhos realizados com os alunos sobre arte".

"Acredito que as dificuldades apresentadas se deram em parte por trabalharmos pouco com o lúdico em sala de aula".

Através das leituras e atividades que envolvem a história da arte consegui uma nova interpretação sobre o trabalho dos artistas, fizemos uma visita a bienal no MARGS e os trabalhos expostos no Santander cultural faziam a conexão entre o artista,a obra e a história. Analisando o cotidiano escolar percebi que o uso de desenhos prontos e as “folhinhas mimeografadas” não facilitam a criação dos alunos, é preciso deixá -los mais à vontade para criar e recriar diante das propostas e utilizar para as mesmas uma avaliação flexível.

sábado, 9 de outubro de 2010

Quase chegando ao quarto semestre: desafios,reflexões e realidade

As oficinas de informática oferecidas pelas tutoras do pólo me foram valiosas, pois aprendi muito dentro da tecnologia e junto com meus pares que conhecem os ambientes virtuais que navegamos durante o curso.

No link http://jaqueaferreira.blogspot.com/2008/06/httpbr.html está escrito e comprovado através do meu primeiro vídeo publicado no youtube o avanço que tivemos juntas, também há a prova e análise do material construído que envolve o curso ,as aprendizagens e a vida pessoal.

O incentivo ao uso das mídias e tecnologias foi um desafio lançado pelos professores no plano individual de estudos, no qual cada aluno se comprometeu a construir conhecimentos nesta área. Escrevi na postagem do mesmo link descrito acima:

“Foram muitos os desafios em todas as interdisciplinas, entre eles o objetivo desta postagem, sobre o plano individual de estudos no qual me comprometi a avançar na área tecnológica”.

Fora do PEAD é muito difícil encontrar quem saiba o que significa ROODA, WIKI, SKIPE... Na verdade nos tornamos multiplicadores de informações nesta modalidade, muitos amigos e parentes deram seus primeiros passos com a tecnologia através do que também estávamos aprendendo, a comunicação avançou com a criação de e-mails, contas no google e skype para bate-papo.

Além do bate-papo com os amigos e parentes desfrutamos destas ferramentas para realizar atividades em grupo e pedir auxilio para professores e tutores. Os trabalhos em grupo, apesar de termos esse acesso facilitado através da tecnologia, foram complicados devido ao uso do tempo, horas de estudo e profissional de cada um.

Por falar em uso do tempo, pareceu-me que os professores leram nossos pensamentos ao lançarem a atividade sobre este tema, tivemos que preencher uma tabela no qual colocamos nossas atividades diárias (todas... ou quase todas! rsrsrsrs) que está em

http://japavi.pbwiki.com/Tempo . Com as informações criei um gráfico para análise e reflexão,colocado na postagem do blog em http://jaqueaferreira.blogspot.com/2008/08/testando.html e que renderam muitas novas direções e atitudes.

Mas como nem tudo é perfeito, cheguei à conclusão que a vida é cheia de escolhas, não é um “quindim” e precisamos seguir em frente.

A Realidade

A certa altura do segundo semestre começo a sentir o peso da responsabilidade e no que me comprometi. Os poucos dias de descanso devido a realização de interdisciplina nas férias, referentes ao primeiro semestre que fiz junto com o segundo, mais as dificuldades encontradas para fazer as atividades aplicadas diretamente aos alunos me trazem certo desconforto.

Apesar de cansada tive que seguir em frente e ir em busca de mais tempo para as horas de estudo. O lado profissional aliado ao pessoal não me deixam muita escolha, a tristeza bate e o psicológico entra em choque, as evidências do que é realmente o estudo a distância e em especial esta formação afloram derrubando por terra a minha primeira impressão: não é moleza não!

No início do terceiro semestre tivemos a “festa dos bixos”, a recepção calorosa aos novatos que aconteceu nas dependências da faculdade com um almoço maravilhoso,apresentações dos pólos e muita música. Também neste período, mais exatamente no dia seguinte a festa, sofri um grave acidente que mudaria um pouco o rumo das coisas.

Não desisti, recebi apoio sempre que precisei e procurei, mas me afastei da sala de aula durante um longo período, a realização e aplicação das atividades ficaram cada vez mais difíceis. Para driblar estas dificuldades pegava “emprestado” alunos de outras professoras titulares,vizinhos, amigos e a família.

O que percebi nas minhas postagens neste período é que ficaram um pouco sem recheio, ou seja, não é a mesma coisa aplicar e refletir sobre os trabalhos realizados com os alunos diariamente e os que fizeram meus parceiros emergenciais apesar da boa vontade de todos para me ajudar. Em http://jaqueaferreira.blogspot.com/2008/03/portiflio-3-semestre.html ,escrevi:

“... Meu portifólio de um modo geral indicou mudanças e ações cabíveis ,porém restrito ,pois por motivo de saúde estou fora de sala de aula e nem sempre posso praticar o que tenho aprendido teoricamente”.

As colegas apresentavam seus portifólios enriquecidos pelo trabalho em sala de aula e eu apresentava o que conseguia obter de acordo com a minha dificuldade, porém acredito que foram construções válidas e feitas com muito esforço e dedicação e que renderam mudanças e paradigmas.

Como de tudo na vida temos que tirar ensinamentos, até mesmo das dificuldades e principalmente delas, este período me fez refletir ainda mais sobre a busca e uso de tempo para tudo bem como o que tenho e entendo como prioridade na minha vida.

Tempos difíceis...

Utopia

Escrevi em :

http://jaqueaferreira.blogspot.com/2007/04/eu-desejo.html

“Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir. Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo. Que tenham ideal e medo de perdê-lo. Que amem ao próximo e respeitem sua dor, para que tenhamos certeza de que viver vale a pena”.

Depois dessa longa caminhada, com as leituras feitas e as construções de novos conhecimentos percebo dentro dessa primeira postagem conceitos e referências ao cotidiano de professora e aluna.

“Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro”: faz lembrar das atividades sobre tempo e espaço.

“Que ela possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos”: fala da simplicidade e cooperação.

“Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir”: da importância de saber ouvir os alunos.

“Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo”: do respeito e amorosidade que muito nos fala Paulo Freire.

“Que tenham ideal e medo de perdê-lo”: dos ideais e utopias entre a escola que temos e a escola que queremos.

“... para que tenhamos certeza de que viver vale a pena”: talvez meu olhar sonhador não consiga exprimir o que estas pequenas linhas me falam, mas com certeza elas representam o início e o fim dessa jornada que está próxima.

As mudanças profissionais e pessoais aconteceram, o pedagógico melhorou e a felicidade é o caminho e não a chegada, tudo faz parte e valeu a pena.

O Segundo Semestre

As novidades eram muitas, a emoção da recepção aos novos “bixos”, as palavras acolhedoras do Reitor, tutoras , professoras e colegas.

Uma frase ficou marcada: “sintam-se pertencentes e alunos desta Universidade tanto quanto os alunos presenciais”.

Naquele momento não tinha condições de analisar ou acreditar como isso poderia ocorrer visto que a modalidade é à distância. Como poderia estar à distância e pertencer a um grupo? Estar tão longe e perto ao mesmo tempo? Como iria conhecer meus colegas, tutores e professores? Como eles iriam me conhecer ?

A realidade é que nunca me senti só, escrevi em:

http://jaqueaferreira.blogspot.com/2007/09/voc-concha-ou-aranha.html

“Estamos em um curso pioneiro onde a necessidade de comunicação e interação se faz necessária e contínua para o bom desempenho das atividades e alcance dos objetivos. Diante de tantos desafios e provocações é fato que todo ser humano reage de forma diferente: uns choram, outros desistem, se atrasam, brigam, lutam ainda mais... outros se calam e fecham -se como conchas. Fica a certeza de que todos somos aranhas da mesma teia e precisamos dela para sobreviver.

Nossa teia é o PEAD, nós as aranhas sobrevivemos ajudando umas as outras quando respondemos aos e-mails, buscamos ajuda (professores, colegas e tutores), fazemos ou respondemos comentários, desafiamos e somos desafiados, discordamos,concordamos e debatemos opiniões ou simplesmente lembramos daquela aranha que está ausente que por alguma causa caiu da teia e tentamos resgatá-la de qualquer forma”.

Como iniciei em 2007 e o curso já estava em andamento tive que fazer uma interdisciplina a mais durante os semestres seguintes até completar o primeiro semestre.As férias foram mais curtas para os” bixos” e iniciavam os primeiros passos em torno da tecnologia.

Criei meu primeiro e-mail e com ele abriram-se muitas outras portas, portais e senhas. Comecei a utilizar termos do “Internetês”, construí conhecimentos sobre os programas (wiki, rooda, blog, skype...) e fui me adaptando.

Percebi a importância de adquirir um computador e o comprei, pois embora tenhamos o pólo super equipado e à disposição, fica muito longe de onde moro e os horários que me sobram para fazer os trabalhos não ajudam ( vivo corujando...).

Ao rever minhas primeiras postagens no blog lembrei que pensava ser este espaço um pequeno diário onde colocaria o que quisesse e para quem quisesse, ficava pedindo para as amigas pensamentos e poesias para postar, que fraquinhas eram elas.

Com o passar do tempo percebi que o blog se tornaria um espaço educacional com muitas reflexões sobre nossas aprendizagens. Aos trancos e barrancos as postagens foram melhorando e se encorpando com muitas evidências e argumentos, ficou um objetivo a ser alcançado: a interação, visitação e comentários nos blogs dos colegas que por motivo de tempo não consegui contemplar.

Retrospectivas Acadêmicas

A partir deste semestre iniciamos junto com o trabalho de conclusão de curso (TCC) uma análise do nosso percurso no Curso de Pedagogia à Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PEAD / UFRGS), que já se encaminha para o “gran finale”.
Inaugurando tardiamente este espaço não poderia deixar de relembrar o marco desta trajetória. Quando minhas colegas que entraram em 2006 andavam pelos corredores a falar em blog, wiki, rooda e outros termos desconhecidos até hoje para muita gente,inclusive os técnicos que formatam PCs, tive uma certa curiosidade e interesse em participar, mas devido a fatores profissionais e financeiros nem pensava que poderia fazer uma formação.
Pensava que estudar no módulo à distância deveria ser “mamata”, uso da tecnologia no espaço escolar era sonho, os computadores chegariam na escola depois da minha aposentadoria...e por aí vai.
Em 2007 abriram vagas e novo vestibular, convidada pela minha colega e atual comadre Rejane resisti muito para fazer a inscrição. O apoio do meu marido foi (e é até hoje)
fundamental, com palavras e atitudes de incentivo apostando no meu sucesso .
Era pegar ou largar, entraria para a história acadêmica com um curso inédito nesta modalidade ou ficaria sem luz e sem formação, pois utilizei para a inscrição o único dinheirinho que tinha para pagar a conta de luz.
Estando neste espaço emocionadamente descrevendo o início desta trajetória dá para perceber que o resultado foi muito feliz.
Muita coisa aconteceu durante estes semestres, umas tão boas e outras nem tanto, mas não tem problema pois desde muito cedo me acostumei a lutar , driblar as necessidades, construir grandes colunas com as pedras que encontro pelo caminho e que me dão sustentação para novas conquistas.
Acredito que valeu a pena e "SE ENXERGUEI MAIS LONGE É PORQUE ME APOIEI SOBRE OMBROS GIGANTES”.
Obrigada a todos que fazem parte da minha história !

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Vida de professora aluna



Educadora por opção queria estabelecer elos e criar conexões ,atingindo professores e alunos,fazendo com que os mesmops se sentissem motivados por novas aprendizagens.
Conhecer,explorar e ler o mundo além da mesmice e repetição,com opções para escolher e utilizando ferramentas,mídias e tecnologias disponíveis.
Desafiar os limites sempre com um sorriso no rosto,respeitando as diferenças,experimentando possibilidades,desvendando os quebra-cabeças,reconhecendo novas linguagens,aprendendo com alegria...
...Querendo saber sempre mais,entrando em contato,construindo um novo mundo,trocando idéias e semeando o futuro.

Oração do Professor

Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,
Dai-me esta graça que vem do amor.

Mas, antes do ensinar, Senhor,
Dai-me o dom de aprender.

Aprender a ensinar
Aprender o amor de ensinar.

Que o meu ensinar seja simples,
humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre.

Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe
Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.

Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
Mas cresçam e se abasteçam da humildade.

Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
Mas animem as faces de quem procura a luz.

Que a minha voz nunca assuste,
Mas seja a pregação da esperança.

Que eu aprenda que quem não me entende
Precisa ainda mais de mim,
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.

Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,
Para que eu possa trazer o novo, a esperança,
E não ser um perpetuador das desilusões.

Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor.

Autor: Antonio Pedro Schlindwein

terça-feira, 15 de junho de 2010

Coisas de mãe e professora





Fico pensando que a formação me tem proporcionado muitas oportunidades, mas muitas vezes tenho que optar e abrir mão de momentos com a família que me causam muita tristeza e aflição. Por outro lado isso logo passará e tenho aproveitado minhas aprendizagens na observação e educação do meu filhote.
Brincando com ele de desenhar na lousa que o presenteei fiz uma pequena provocação (isso pega em professora Íris! rsrsrsr) com a intenção de analisar suas tentativas de escrita. Depois de tanto desenhar e apagar, ele escreveu seu nome e idade (Victor 5), fiz um coração e escrevi: “filho te amo!” Lendo para ele e apontando com o dedo.
Ficou me olhando e disse que eu tinha que escrever o meu nome, então pedi que ele escrevesse pra mim do jeito que sabia e depois fizesse a leitura:
O T E J = Ja-que-li-ne
Como sempre o incentivo dizendo: que lindo, muito legal, parabéns ficou show... Pediu novamente que escrevesse “parabéns” e novamente pedi para que ele escrevesse:
T I R C = pa-ra-be-ens
Daí já se empolgou e quis escrever a frase :“que cabelinho cheirosinho” (porque ele recém tinha saído do banho e eu havia dito isso). Só que na sua escrita ficou faltando a última sílaba “nho”, pedi que lesse mais devagar e apontando, fez uma cara mais linda do que já é e disse :
_Ah, peraí um pouquinho!
Como não tinha espaço ao lado das outras letras colocou abaixo a letra “F” representando a sílaba “nho”.
O I 5 T P C I E F = que-ca-be-li-nho-chei-ro-si-nho
Busquei lá no início do PEAD minhas aprendizagens, analisei, dei uma lida em textos, conversei com as colegas na escola para entender em que fase de aprendizado se encontra.
Ele já percebeu que usamos as letras para escrita mas utilizou também o número cinco de sua idade, sabe também que as letras (ou símbolos ortográficos ) possuem som e está empregando para cada sílaba das palavras uma letra que conhece de seu nome, do meu (J) e do pai (P).
Como sempre trabalhei com terceira e quarta série (que me identifico mais) tenho certa dificuldade em entender a alfabetização, por isso se coloco aqui algum devaneio sintam-se à vontade os leitores para corrigir-me.
O importante é a observação, construção e reflexão em cima do que temos e aprendemos buscando as certezas e novas aprendizagens. Como trabalho com todas as séries (anos) inclusive na parte de alfabetização estou tentando de várias formas me apropriar do que ainda tenho dificuldade e assim tentar ajudar melhor os alunos nas atividades.
Fiquei emocionada com os ensaios de escrita do meu lindinho,isso é coisa de mãe coruja ou mãe professora?

Visitantes Ilustres: o retorno.



Mais uma vez tive a visita das professoras Íris e Rosane, agora em clima bem mais descontraído e tranqüilo com direito ao chazinho que havia prometido na outra vez e esqueci devido a grande expectativa e nervosismo.

Elas sempre carinhosas e atentas, transmitindo segurança e sabedoria em suas falas, enriqueceram o momento. Sem querer ser bajuladora e não desmerecendo os demais professores e tutores que nos acompanharam no decorrer do curso, foi uma honra ser supervisionada por estas professoras que são ícones do PEAD.

As observações não tiveram um clima tenso, mas a preocupação que envolve o TODO que representa, pois estou fazendo estágio e sendo avaliada em um novo momento, aprendizado e ambiente.

A proposta de estar no ambiente informatizado e tendo a tecnologia como base para todo o trabalho é inovador e desafiador, felizmente depois de tantos planos A, B, C feitos e refeitos acertamos o passo e seguimos cheios de idéias, propostas e novidades.

Não pensem que foi fácil, pensei em desistir, ocorreram muitas “provocações”, desafios, riscos e rabiscos e puxões de orelhas que foram necessários para o meu crescimento e formação encaminhando para o sucesso deste trabalho tão diferenciado.

Acredito que o diálogo foi essencial para estas conquistas, o debate entre os pontos de vista, falar, ouvir o que se pretende realizar e o que se tem como uma nova proposta... Olhar com um novo olhar, entrar em conflito e não em confronto.

Seguimos a caminhada, pois como diz Clarice Lispector:

“Mude, mas mude devagar, pois a direção é mais importante que a velocidade”.


Quem educa os filhos?

"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo. Todos educam-se entre si, mediatizados pelo mundo".(Paulo Freire )
Em um desses momentos onde a depressão e o desânimo batem à nossa porta refletia sobre o trabalho realizado no estágio que fala da identidade e família, analisando um desenho feito pelo meu filho Victor de cinco anos e sua fala.
Havia desenhado ele e o pai na praça onde vão sozinhos enquanto geralmente estou trabalhando ou estudando, vejamos o diálogo:
_Este sou eu e o papai na pracinha.
_Onde está a mamãe ?
_Tá trabalhando ué !
Choquei ! Fiz mais umas perguntas e deprimi mais ainda sentindo na sua fala minha ausência e falta de tempo/vontade de brincar com ele devido a tantos afazeres.
Tenho consciência do que se passa e tento recompensar com muitos beijos e abraços entre uma atividade e outra na certeza de que não falta muito para podermos ficar mais tempo juntos, embora não se possa recuperar o que já passou.
A educação dele é um dos pontos em que nós conversamos muito, com as aprendizagens fiquei mais atenta às propostas pedagógicas e às instituições educacionais, chegamos a pensar que exageramos no modo de educar vendo tantas diferenças ao redor.
Estamos o criando para o mundo e a frase de Piaget ilustra este pensamento:
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”
Penso nos alunos e nas diferenças de modos de educar, concordo com a frase de Paulo Freire, mas ainda acredito que a base da educação está na família, na história desta nas informações básicas transmitidas que forma a identidade de cada um.
Errados ou não pelo menos estamos atentos às responsabilidades do ser que estamos formando e a muitos de nossos alunos falta o básico e a base de tudo: o amor, afetividade, compromisso ... Pelo menos aquele beijinho e abraço entre uma coisa e outra com os olhos bem abertos ao que ocorre ao redor.
Tornamos-nos professores e temos que desempenhar mais algumas funções além desta dentro da escola, passamos as madrugadas e feriados estudando em prol do nosso crescimento profissional e da educação dos filhos dos outros muitas vezes deixando de acompanhar os nossos. Entramos em conflito e perguntamos:
_Valeu a pena?
Quando o sistema funciona e as propostas começam a dar indícios de mudança, quando vejo a cooperação e interação fazer parte da resolução das atividades propostas, emocionadamente respondo:
_Valeu a pena!

Visitas Ilustres



Recebi a visita das professoras Rosane e Íris, estava segura e emocionada pelas novidades que andam acontecendo que a ansiedade ficou em segundo plano.

Tivemos uma longa conversa a respeito das expectativas iniciais, o movimento de reflexão e as mudanças ocorridas para que fluísse o trabalho. A importância de refletir, fazer e refazer diante do novo olhar, as “provocações” e colocações feitas por elas foram fundamentais para que caísse do salto até a realidade.

O ponto de partida foi a observação do que temos como realidade tecnológica, o que aprendemos durante o curso e a situação dos alunos quanto a inclusão digital, nem sempre o que parece é fato. Ouvi muitas conversas sobre orkut, MSN e outras ferramentas tecnológicas utilizadas pelos alunos pensando que estariam bem integrados com as atividades por terem este contato e me enganei, pois “falar” não é o mesmo que “praticar”.

Fiz um planejamento em cima do que acreditava ser a realidade e tive que refazer muitas vezes até chegar ao que temos de fato.

Mostrei a escola após o término da aula e trocamos idéias com a coordenadora, penso que foi um momento não só de observação, mas de grande constatação e construção para todos.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Trocando Figurinhas

Na tentativa de contagiar todos na escola com a tecnologia e tentando fazê-los perder o medo pela inovação, venho realizando as formações e auxiliando individualmente professores ,funcionários e alunos nas dificuldades encontradas.
As dificuldades partem desde o acesso aos e-mails, ligar e desligar, consultar na Internet e outros passos que hoje tiro de letra.
Cada nova aprendizagem e comentário feito, a angústia que passam entre erro e acerto, me reportam para o início do PEAD quando não tinha a pouca e crescente experiência que tenho hoje bem como a noção da grande importância das mudanças provocadas pelo mundo globalizado e informatizado.
Não tenho apenas “transmitido” conhecimentos, mas também tenho aprendido com eles. Temos trocado muitas figurinhas, recebo sites, opiniões sobre o trabalho, sou incentivada e os incentivo a superar os limites.
Acho importante falar que me ensinam e que ainda não conhecia determinados assuntos que me passam, vejo que ficam contentes e tímidos ao mesmo tempo pensando que eu sei tudo sobre tecnologia.
Hoje a tecnologia está se tornando um vício em minha vida, bem o contrário do que pensava antigamente, parte disso por trabalhar no ambiente informatizado e também por entender que muita coisa ainda não tenho conhecimento.
Certa vez quando era estudante de sétima ou oitava série e iniciavam os primeiros movimentos em prol da informatização, apareceram na minha escola um grupo de pessoas de uma respectiva escola de informática oferecendo uma meia bolsa de estudo para quem criasse uma frase de destaque sobre a computação.
Todos os alunos fizeram e fui sorteada com a frase que lembro até hoje:
“Tecnologia, um passo para o futuro.”
Curta e grossa traduzi no passado o meu presente, infelizmente naquela época não tinha condições financeiras para freqüentar o curso. Vinda de família humilde como muitos de meus alunos, guerreira e sempre correndo atrás para conseguir manter os compromissos, se não fosse a oportunidade de fazer o PEAD/UFRGS e a escola que me ofereceu um curso de informática completo, eu certamente não estaria onde estou.
Penso nos meus alunos, felizmente estão em uma nova era com a oportunidade de terem aulas informatizadas e conhecerem a utilidade da tecnologia na prática, procuro então oferecer a eles um trabalho diferenciado contagiando-os para que aproveitem o pouco que se pode oferecer e que muitos de nós não tivemos.
Penso que ao terminar o PEAD terei mais tempo para distribuir melhor meu tempo, planejar, pensar na família e trabalho, mas procurar não perder os contatos e atualizações dentro da informatização.

Conflitos e Confrontos

Falávamos em uma reunião sobre o Congresso de Educação realizado em Curitiba que os diretores de escola participaram. Trouxeram falas importantes sobre o nosso sistema educacional, de outros países e conflitos do trabalho docente.
Os grupos familiares mudaram através dos tempos e as prioridades também, trocam-se lazer por prazer, trabalho por obrigação, bens materiais por felicidade, liberdade por autoritarismo ou rejeição... Perdemos o rumo, o foco, e muitos objetivos de vida.
Quem educa nossos filhos: eu, tu, sociedade, vizinho, familiares, traficantes, escola... Internet? Por que tantos conflitos?
Trabalhamos para os filhos dos outros e deixamos os nossos de lado, precisamos juntar os conflitos, saber ouvir para solucionar e principalmente ter em mente a grande diferença entre conflitar e confrontar.
Conflitar é necessário para as grandes mudanças, pois nos dão chance de diálogo e troca para a resolução de dificuldades, enquanto que confrontar atrapalha atrasando o sucesso e o progresso de novas conquistas.
Conflitos e confrontos fazem parte da caminhada em busca da felicidade, pois esta não é o fim, mas o caminho percorrido durante a vida pessoal ou profissional doloroso ou não.

domingo, 13 de junho de 2010

Formando Parceria

Os desafios foram muitos durante o estágio por estar diretamente ligada aos projetos da escola, trabalhando com turmas inteiras em duplas ou trios nos computadores, estar à frente de um projeto inovador que são os ambientes informatizados e pela minha limitação de função.
Muitas atividades foram feitas e refeitas, criei plano A, B, C... E penso em utilizar o alfabeto inteiro se preciso for para vencer as dificuldades, pois é através da reflexão em cima da realidade que se darão novas aprendizagens.
A formação de parceria com os alunos que tem mais facilidade e habilidade com o uso da tecnologia transformando-os em monitores da turma está sendo o meu mais novo plano, visto que eles têm espontaneamente iniciado o trabalho cooperativo e realizado esta função sem perceber.
O difícil agora está sendo a seleção dos grupos, pois muitos se inscreveram e quero trabalhar com grupos pequenos utilizando o computador individualmente. Não falei exatamente os verdadeiros motivos que estão por trás do convite feito e muito me agrada a aceitação de tantos alunos se oferecerem para participar.
Contarei mais tarde e de forma natural como se fosse aquele velho hábito do ajudante do dia para não melindrar os que ainda estão em construção de suas aprendizagens, e mesmo estes terão oportunidade de ajudar os colegas durante as aulas, como incentivo a colaboração e valorização do que já tem conhecimento .

Minhas Expectativas

Realizando a cadeira eletiva de Mídias e Tecnologias nos Espaços Escolares, respondi a uma questão sobre minhas expectativas nesta interdisciplina.
Pensei no além, no que gostaria de aprender em cima do que já tenho conhecimento não levando em consideração que não seria a única aluna.
Ao realizar as atividades tive facilidade, novas aprendizagens e pensava que surgiria a qualquer momento algo muito diferente e desafiador que me colocasse e xeque-mate ou no patamar mais alto de minha escala de loucura.
Ainda estou progredindo dentro da área tecnológica e conseguindo realizar as atividades. Analisando alguns comentários caí na realidade, pois nem todos os colegas trabalham em ambientes informatizados como eu.
Embora não seja um trabalho fácil como muitos pensam, há o contato diário e a busca obrigatória de novos conhecimentos, enquanto que em algumas escolas não foram instalados os computadores ou quando os tem não são freqüentados pelos professores por “N” motivos.
Pensando na pós-graduação vejo muitos inscritos para mídias e tecnologias e isso é bom, mas quais serão suas expectativas?
Se muitos ainda se esquivam de atividades compondo as tecnologias, o que esperam aprender, o básico que pode ser desenvolvido na sala de aula e nos ambientes informatizados?
A conscientização sobre a importância e uso da tecnologia nos planejamentos é fundamental, bem como sua apropriação, antes mesmo de se atirarem cheios de sonhos e novas expectativas em uma pós-graduação dentro dessa área.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ensinando a pescar


Tivemos mais um momento de formação no Ambiente Informatizado da escola,na pauta do dia falamos sobre Blog e e-mail .
Mostrei o Blog criado para a escola e como chegar até ele
http://www.conexaogodoy.blogspot.com
As colegas de PEAD Eliane,Luciana e Rejane contribuiram com suas experiências e ajudaram as colegas durante a formação. Mostramos nossos blogs,falei da política de postagem ,quem são os administradores,como enviar postagem e a importância da colaboração na "alimentação " do mesmo como ferramenta de comunicação,cooperação e divulgação das atividades desenvolvidas na escola.
As postagens no blog da escola serão administradas pela equipe diretiva e pelas professoras responsáveis pelo AI,devendo ser enviadas para o endereço :
ambientegodoy.alvorada.aisj@blogger.com
Entramos nos e-mails e fizemos troca de mensagens, os colegas estavam bem entusiasmados , fizeram muitas perguntas sobre o funcionamento dos mesmos e configurações.
Estamos incentivando todos os funcionários e professores na utilização desta ferramenta de comunicação. Muitos ainda têm falta de habilidade e medo de mexer no computador ,diferente dos alunos que mesmo sem saber ficam "futricando".
Já temos o peixe,estamos ensinando a pescar,desta forma nosso objetivo é fazer com que todos tenham habilidade suficiente para comunicar-se,realizar suas consultas e atividades sem que haja necessariamente um professor “especializado” para conduzi-los, pois o ambiente informatizado da escola é um espaço de todos onde a cooperação e interação são algumas das metas.

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Somos responsáveis por aqueles que cativamos...e trabalhamos!"


Encontrei este vídeo e penso ter nele muitas atitudes que podem ser comparadas com a realidade de nosso trabalho e em nossas escolas.
“O problema não é meu !” De quem será então? Ficamos angustiados com atitudes e problemas que surgem , procuramos ajuda, informamos e muitas vezes não vemos soluções. Em outras situações somos criticados, boicotados, acusados... por disputa de liderança ou simplesmente para mascarar a verdadeira realidade.
Os problemas com os alunos passam de um para o outro: a escola diz que a culpa é dos pais, os pais acusam o governo e o governo joga novamente para os professores. Assim como o problema do incêndio no vídeo,temos alunos com problemas e portadores de necessidades especiais necessitando de atendimento e acompanhamento (que quando tem é muito precário),sendo jogados de lá pra cá tentando ser incluídos na exclusão.
As desculpas para um trabalho diferente e inovador também caem neste jogo de desculpas : “já estou me aposentando”, “não sei mexer no computador”, “a professora responsável não estava ou não me ajudou”, “tenho medo de estragar os computadores”, “esqueci do horário”...
Ouvi ao iniciar o semestre a seguinte frase da professora Bea sobre meu estágio no AI : “...já sentiu o peso da responsabilidade?”
A partir do momento em que fazemos parte da vida de uma pessoa (virtual ou pessoalmente) em qualquer tipo de grupo social,despertamos sentimentos,sendo recíproca e automaticamente responsáveis por eles.
Responsabilidade implica nas atitudes tomadas e nas construções de relações nos ambientes dos quais fazemos parte.Devemos pois ser cuidadosos com quem está ao nosso redor,não pensar em nós mesmos achando que o mundo gira em volta de nossos umbigos pois o trabalho cooperativo(principalmente falando na escola) exige respeito,colaboração e afetividade.
O professor de hoje poderá estar na equipe diretiva amanhã, nosso aluno poderá ser o professor de nossos filhos ou o geriatra do futuro...
Esse mundo não pára,de quem é o problema então?!
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupery)